quinta-feira, 5 de maio de 2011

Densitometria Óssea

Introdução
A densitometria óssea é uma especialidade que utiliza vários métodos na avaliação da densidade mineral óssea para o diagnóstico de osteoporose. Estima-se que 28 milhões de pessoas nos Estados Unidos têm osteoporose ou apresentam risco de desenvolvimento da doença. Os custos médicos, econômicos e sociais associados com os problemas de saúde dos pacientes com osteoporose são alarmantes, atingindo 14 bilhões de dólares por ano. A importância da detecção e do diagnóstico precoces aumentou o interesse nas técnicas de densitometria óssea. Aplicações avançadas de densitometria óssea afetaram significativamente o diagnóstico e a administração desse processo patológico.

Historia
Antes do desenvolvimento de métodos de DO especifica, radiografias padrões da coluna lombar avaliadas para detectar alterações visiveis dentro da densidade óssea.
No ano de 1964, o 1º aparelho de DO: OSPA (Single Photon Absorptiometry) foi desenvolvido na Universidade de WISCONSIN (EUA), possui apenas um feixe de energia, devido a isso, não identificava partes moles.(gorduras e músculos), somente parte óssea, com isso a medida de massa óssea ficava limitada a avaliação de apenas uma parte anatômica (antebraço)
No inicio dos anos 80 foi desenvolvido o DPA (DUAL ENERGY PHOTON ABSORPTIOMETRY). Este aparelho possui 2 feixes de energia, com isso possibilitou quantificar a medida óssea da coluna lombar e fêmur.
Em 1987 substituindo a fonte de gadolinium por um tubo de rx, foi desenvolvido o DEXA ou DXA (DUAL ENERGY X-RAYS ABSORPTIOMETRY). Com esse novo método passou-se a medir mais sítios alem da coluna lombar e fêmur.
A geração de aparelhos de DEXA utiliza um feixe de radiação colimado e um detector localizado no braço do aparelho. Esse conjunto segue longitudinal e transversalmente, varrendo o seguimento num trajeto em serpentina. As imagens se constrói a partir da soma das linhas de varredura.
A 2º geração de aparelho de DO  denominada de “FAN BEAM” utiliza um leque de feixes acoplado a um conjunto de detectores alinhados, localizados no braço scaner, o que melhora a resolução da imagem e diminui o tempo de exame, porem aumenta a dose de radiação no cliente. Esses equipamentos realizam a varredura em um único movimento sobre o cliente.

Conceito de DENSITOMETRIA ÓSSEA
A DO é reconhecidamente o método não invasivo mais precioso para se avaliar o grau de perda de massa óssea e o risco de fraturas através da medida da massa óssea. As medidas de massa óssea refletem a quantidade de cálcio presente na área ou região de interesse do esqueleto que esta sendo avaliada.
Os valores obtidos são comparados com os de uma população saudável, utilizada como referencia permitindo estimar o risco relativo de fraturas comparado com a população de controle saudável.

Composição do Osso
Para entender o princípio subjacente a densitometria óssea, o técnico precisa ter um entendimento básico da composição óssea e de como o processo osteoporótico ocorre. O osso é um tecido vivo, que consiste em duas categorias principais de osso.
Cortical refere-se ao córtex ou porção externa. Assim, o osso cortical forma o invólucro externo denso de todos os ossos e é importante no suporte de peso.
O segundo tipo mais importante de tecido ósseo é o osso esponjoso ou trabecular, que forma a porção interligada em forma de treliça ou esponjosa do osso que fornece força ao osso. Ele está constante­mente se modificando através de um processo de natureza complexa de destruição e reconstrução das células do osso. Essas células são os osteoblastos e os osteoblastos. Os osteoblastos são responsáveis pela construção de osso novo ou pelo reparo ósseo. A desestruturação e a reabsorção de osso velho são atribuídas aos osteoblastos. O ritmo em que o processo é executado contribui para a densidade óssea.
Se o ritmo de osso novo excede a desestruturação de osso velho, a densidade óssea é aumentada. A densidade óssea permanece constante se o processo ocorre no mesmo ritmo. Quando o ritmo de osso novo é excedido pela desestruturação de osso velho, ocorre, então, uma diminuição na densidade óssea. Esse método utiliza esse princípio na identificação precoce da densidade mineral óssea. A detecção precoce da osteoporose através da densitometria óssea pode levar à intervenção antes que ocorram fraturas esqueléticas associadas.

Osteoclastos e Osteoblastos
Durante toda a nossa vida, nossos ossos passam por um processo que chamamos de remodelação óssea.
Os osteoclastos e osteoblastos são as principais células ósseas responsáveis pela remodelação óssea. Os osteoclastos removem osso, causando reabsorção óssea, enquanto os osteoblastos constroem ou repõem tecido ósseo. O índice de ocorrência deste processo contribui para a densidade do osso. Quando estamos jovens e em crescimento ativo, os osteoblastos constroem e repõem nossos tecidos ósseos. Geralmente, por volta do 35 anos de idade, mais osso é removido que reposto, resultando na queda progressiva de massa óssea. O aumento da idade faz com que os ossos do esqueleto se tornem mais  finos e mais fracos. Com a perda da densidade óssea há um aumento da incidência de fraturas de quadril, coluna, punho e outros ossos, com traumas pequenos ou mínimos. A detecção precoce por meio da densitometria óssea pode levar a intervenção antes que as fraturas associadas ao esqueleto ocorram.

Objetivo da DO
     A densitometria óssea é usada para:
·   Mensurar a DOM (Media de Conteúdo Mineral Ósseo em uma área)
·   Detectar perda ossea
·   Estabelecer o diagnostico de osteoporose
·   Avaliar o risco individual de fraturas
·   Avaliar a resposta à terapia  de osteoporose



Indicações Clínicas
·    A osteoporose
·    avaliação de pacientes com doenças metabólicas que notoriamente afetam o osso,
·    a avaliação de mulheres em relação à possível iniciação de terapia de reposição hormonal
·    a avaliação e a monitoração do tratamento para osteoporose.
·    Mulheres na pós-menopausa que tenham um ou mais fatores de risco para fratura osteoporótica também são uma indicação.



O que é Osteoporose
Osteoporose significa poros nos ossos.
Conceito: o termo osteoporose, refere-se a doença caracterizada por uma diminuição absoluta e global da quantidade de tecido ósseo, abaixo daquela requerida para o suporte mecânico de sua atividade normal. É uma doença que causa enfraquecimento dos ossos. Uma pessoa com osteoporose pode sofrer fraturas com facilidade porque seus ossos ficam sensíveis a qualquer esforço, podendo ocorrer, inclusive fraturas espontâneas. ....
A osteoporose é definida como uma doença esquelética sistêmica caracterizada por baixa massa óssea e comprometimento microarquitetônico do tecido ósseo. Essa deterioração leva a uma fragilidade óssea aumentada e, conseqüentemente, a um risco aumenta­do de fraturas. Afetando principalmente mulheres na pós-menopausa, ela é uma doença degenerativa que resulta em redução na densidade óssea por perda de cálcio e de colágeno. Ela se desenvolve gradualmente e pode ser de difícil detecção sem uma avaliação densitométrica.

Os possíveis fatores de risco :
·    Ser mulher : devido a mesma possuir menos quantidade de massa óssea que o sexo masculino.
·    Raça branca ou Asiático: comparados a raça negra, possui entre 6% e 13% menos de massa óssea respectivamente.
·    História familiar de osteoporose: maior probabilidade de se adiquirir a doença devido o fator genético.
·    Doenças renais crônicas: maior excreção de cálcio pelos rins
·    Uso de determinados medicamentos: corticóides, anticonfusivos e hormônios para tireode
·    Menopausa precose: perda do hormônio estrogênio aumenta a atenuação dos asteoclastos reabsorvendo o osso.
·    Baixo peso corporal
·    Tabagismo e alcoolismo: impedem muito a absorção de cálcio pelo organismo.
·    Atividade física inadequada
·    Fraturas prévias
·    Baixa ingestão de cálcio


Como prevenir

·    Alimentação rica em cálcio
·    Ingestão de vitamina “D”; que ajuda na absorção do cálcio
·    Exercícios físicos: para aumento da massa óssea
·    Reposição hormonal


Cuidados que devem ser observados antes da realização do exame
·    Suspender a medicação de cálcio 24h antes da realização do exame.
·    Exame contrastados deverão ser realizados 3 dias antes dos procedimentos de D.O . esse cuidado é importante para que não haja resídua de contraste no organismo pois isso alteraria o resultado final do exame.
·    Deve-se orientar o paciente a retirar itens da sua vestimenta, como por exemplo: fechos, botões e adornos, acessórios que possa interferir na imagem.


A radiação na Densitometria
No que diz respeito a D.O q eu especialidade não envolve exposição maior que a permitido que a população em geral taxa de exposição para o paciente: varia de 0,03 (MSV/H) a 0,30(MSV/H) do equipamento DPX-IQ ao QDR-4500, respectivamente.
Já a taxa de exposição para o técnico em D.O , varia de 0,01 (MSV/H) A UMA DISTANCIA DE 1 METRO DO EQUIPAMENTO A 2,30 (MSV/H) com distancia de 3 m

Medições realizadas por empresa especializadas e técnicas da CNEM comprovaram que durante um exame de DO a radiação emitida  é pouca e se forem respeitada as distancias que o técnico deve manter do scanner, não é necessária adotar medidas de proteção individual e barreiras físicas. Sendo assim a sala de exames na D.O não precisa blindar.

Contra-indicações
A densitometria óssea é contra-indicada se procedimentos de controle da qualidade e padronizações não forem mantidos para assegurar resultados precisos. Outras limitações incluem uma massa óssea que é muito baixa ou uma parte do corpo que é muito espessa na área de interesse. Malformações anatômicas do sítio anatômico, tais como aquelas exibidas na coluna, também podem fornecer resultados menos precisos. Exemplos disso incluiriam cifose ou escoliose graves.
Assim como ocorre em relação a qualquer exame radiográfico, a gestante não deve ser examinada, e os padrões estabelecidos para evitar a exposição inadvertida do feto devem ser mantidos. Além disso, o paciente deve ser agendado com intervalo de pelo menos uma semana da data de qualquer exame radiográfico anterior com contraste ou da administração de quaisquer isótopos para exame de medicina nuclear.

Principais Métodos de Realização de Exames

Diferentes tipos de scanners estão disponíveis, empregando vários métodos e técnicas para determinar tanto a densidade mineral quanto o conteúdo do osso. De uma perspectiva histórica, as técnicas desenvolvidas inicialmente forneceram um fundamento para o qual técnicas avançadas mais recentes foram desenvolvidas.
As técnicas capazes de medições da densidade óssea incluem as seguintes:
Radioabsortometria (RA)
Absortornetria fotônica com energia única (SPA)
Absortometria fotônica com energia dupla (DPA)
Absortometria por raios X com energia única (SXA)
Absortometria por raios X com energia dupla (DXA)
Tomografia computadorizada quantitativa (TCQ)
Ultra-sonografia quantitativa (USQ)

OS três últimos métodos relacionados acima encontram-se em uso mais comum e são descritos neste capítulo.

ABSORTOMETRIA POR RAIOS X COM ENERGIA DUPLA

A absortometria por raios X com energia dupla (OXA) é uma técnica comum empregada na prática atual. A base física da DXA incorpora o uso tanto de uma faixa alta quanto de uma faixa baixa de energia de raios X para a obtenção de diferenças de atenuação máximas no osso e nos tecidos moles. Essa ação pode ser executada através do uso de um sistema de desvio de energia ou de filtros.
Os sistemas de desvio de energia são alternados entre quilovoltagens específicas alta e baixa. Filtros utilizados em conjunto com sistemas detectares discriminadores separam o feixe de raios X em energias alta e baixa efetivas. Os primeiros sistemas desse tipo utilizavam um feixe e um detector de raios X do tipo feixe-lápis único. Sistemas DXA mais novos agora incluem uma construção com feixe em leque com uma série de detectares, ou, mais recentemente, um método de braço em C. Essas unidades mais novas são mais rápidas, e, dependendo da construção do feixe, a varredura pode ser realizada dentro de alguns minutos.

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA QUANTITATIVA (TCQ)
A base dessa técnica está novamente relacionada à atenuação da radiação ionizante à medida que ela passa através dos tecidos do sítio selecionado, mais freqüentemente um sítio central. O processo envolve também a obtenção, primeiramente, de uma imagem piloto para localizar a área a ser analisada.
Então, um corte de 8 a 10 mm de espessura é obtido através de 4 corpos vertebrais separados, ou 20 a 30 cortes contínuos de 5 mm são obtidos por 2 a 3 corpos vertebrais entre T12 e L5* (veja a varredura de amostra;
Um padrão de calibração é rotineiramente escameado simultaneamente para correlação, e um software de análise de imagens estabelece a média de todos os ossos. Exclusivo da TCQ, esse software permite a determinação de medição da densidade mineral óssea tanto de osso trabecular quanto cortical. Ele também permite análise tridimensional ou volumétrica dos dados.
A TCQ é uma técnica amplamente aceita e utilizada para se obter a densidade mineral óssea. Entretanto, o custo desse método é mais alto, e a dose de radiação que o paciente recebe também é mais alta, aproximando-se de 60 +. Com o interesse crescente na varredura periférica, modelos em es­cala pequena de equipamento de tomografia computadorizada foram desenvolvidos para avaliar a densidade óssea do osso periférico (TCQ).

ULTRA-SONOGRAFIA QUANTITATIVA (USQ)
A ultra-sonografia quantitativa é uma técnica não-ionizante utilizada para avaliar a densidade mineral óssea em seleções de sítios periféricos. A técnica oferece medições relativamente rápidas e simples, sem exposição de radiação para o paciente. A USO é utilizada em sítios periféricos com cobertura mínima de tecidos moles. A seleção de sítio mais comum é o calcanhar .
Um feixe de ultra-som é direcionado através do sítio especificado. A velocidade e a atenuação do som demonstram modificações à medida que ele passa através de variações nos componentes estruturais ou na densidade do tecido que está sendo avaliado. Com o refinamento da tecnologia, a USQ poderá substituir as técnicas periféricas existentes.


Metodologia
A técnica baseia-se na atenuação, pelo corpo do paciente, de um feixe de radiação gerado por uma fonte de raios-X com dois níveis de energia. Este feixe atravessa o individuo no sentido postero-anterior e é captado por um detector. O programa calcula a densidade de cada amostra a partir da radiação que alcança o detector em cada pico de energia. O tecido mole (gordura, água, músculos, órgãos viscerais) atenua a energia de forma diferente do tecido ósseo, permitindo a construção de uma imagem da área de interesse.
o laudo também fornece o numero de desvios padrão do resultado obtido em relação à meddia de adultos jovens, população que representa o pico de massa óssea. Este desvio padrão (T-score) é usado para difinir o diagnostico de osteoporose segundo a OMS:
valores ate (-1) desvios padrão da media são considerados normais.
Valores entre (-1,1 e  -2,4) definem osteopenia
Valores (-2,5) diagnosticam osteoporose.
Para cada desvio padrão abaixo da media eleva-se 1,5 a 3 vezes o risco de fraturas osteoporoticas.

O Z-score ou numero de desvios padrão em relação a media esperada para a idade do paciente é outo parâmetro de interesse, particularmente nas osteoporoses secundarias a doenças crônicas.

Regiões de interesse para a densitometria
 A densitometria por DEXA  pode avaliar a coluna lombar, o fêmur proximal, o antebraço e o corpo inteiro com sua composição corporal.  

4 comentários:

  1. OLÁ!
    ME CHAMO LAYS E ESTOU PREPARANDO MEU TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO SOBRE ESSE TEMA: DENSITOMETRIA ÓSSEA. MAS ESTOU FAZENDO VOLTADA PARA A PROTEÇÃO DOS PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS, UMA VEZ QUE A MAIORIA DAS SALAS SÃO PEQUENAS OBRIGANDO O TÉCNICO A NÃO MANTER A A DISTÂNCIA DEVIDA. SERÁ QUE TERIA MATERIAL PARA ME ENVIAR.
    DESDE JÁ AGRADEÇO.
    laysbragaradio@gmail.com

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  2. Professora sou sua fã, será que é possivel me enviar a referencia bibliografica que utilizou para fazer a historia da densitometria óssea pois estou fazendo um trabalho e achei sua matéria super interessante,obrigada!

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